Cartas a mim mesma

É fácil falar de objetivos, de foco, mas quando a noite chega e você se vê cansado de caminhar procurando incessantemente você mesmo, você se vê perdido outra vez, no meio da madrugada, sem ninguém pra te fazer dormir. É fácil dizer que tudo passa, mas quando você se pega com as lágrimas mas desesperadas por tentar curar suas feridas e ver a dor não passar. Permanecer naquele positivismo sínico que não engana nem a você mesmo. Quando a gente respira e o ar não vem, quando a gente luta contra a nossa mente e fracassa. Quando a gente não dorme. Não come. E seus pensamentos te consomem, te dilaceram até o ponto que você se rende, ate se ver aos prantos, implorando por um pouco de esperança. É fácil falar que mudança causa uma transformação em nós, mas o difícil é se olhar no espelho e não reconhecer, é não gostar mais daquilo que mais te dava prazer, é mudar o cabelo e não aumentar sua estima, é querer buscar num canto do mundo algo que tenha sua cara, sem ao menos saber quem você é. É fácil falar pra nos acharmos dentro de nós, o difícil é mergulhar no beco escuro, cheio de sentimentos alvoroçados, cheio de fantasmas da nossa própria loucura. Difícil reconhecer a verdade e confessar os segredos do coração.

Não é fácil ter coragem. Não é aquela ideologia do confio no meu taco, nem impolgação de viver coisas novas. É deixar tudo que te construiu ate hoje pra trás. É começar do zero. Sem ao menos saber se o chão ta firme.

Porem estamos vivos, e ser humano nenhum consegue parar.